tag:blogger.com,1999:blog-80597625458094576542024-03-13T10:23:06.748-07:00Penso enquanto danço: reflexões dançantes e ruídos literáriosDescrição de meus estudos, reflexões e dúvidas acerca de assuntos dançantes, com eventuais ruídos literários...Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.comBlogger31125tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-55810873509916679812011-07-04T11:16:00.000-07:002011-07-04T12:53:05.041-07:00Fazer como a Dandash. Alguém se atreve?<iframe width="425" height="344" src="http://www.youtube.com/embed/gfmdZK7rMNA?fs=1" frameborder="0" allowFullScreen=""></iframe><br /><br />A arte de dançar quase sem deslocamentos. Esse virtuosismo econômico e tranquilo da Dandash, que remete a algumas antigas bailarinas egípcias, contrasta tanto com o que "se espera que dancemos atualmente", pelo menos aqui no Brasil. Claro que se pode dançar um tarab, mas o público em geral por aqui prefere as músicas alegrinhas porque associa com festa e com a ideia geral que se tem de diversão. <br />E esse é um ponto onde há um certo atrito cultural: pra começar quase ninguém entende as letras e o modo de dançar apreciado é muito mais ligado a show bizz, efeitos cênicos etc. do que propriamente à emoção, como no flamenco, por exemplo. Os bailarinos flamencos podem fazer "caretas", e se tornarem ou mesmo serem de fato "feios", porque é a herança cultural e a arte em si que são colocadas em primeiro plano. Vai a gente dançar ainda que um tarab sem um mísero arabesque e as pessoas irão se perguntar "Quando é que ela vai começar a dançar de fato?"<br />Estive estudando a Dandash, e nesse vídeo ela faz um movimento com uma mega-abertura de pernas, remetendo às gawazee, antiga referência de dv (informação que tive em um work da Soraia há alguns anos), só que à diferença daquelas, ela dança com uma saia transparente. Por tudo que nos é ensinado em aula, alguém se atreveria a fazer algo do tipo? Ninguém ia entender nada por aqui, garanto, e a bailarina ainda seria alvo de cochichos. <br />A gente "acha" que entende alguma coisa e de repente percebe que nunca conseguirá assimilar elementos de uma cultura que de fato não é a nossa. O que podemos ter, após anos de estudo, são apenas pinceladas, vislumbres...<br /><br /><br /><iframe width="425" height="344" src="http://www.youtube.com/embed/rgg2BGwCm_k?fs=1" frameborder="0" allowFullScreen=""></iframe>Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-23953692298116274822011-06-12T11:10:00.001-07:002011-07-04T12:55:35.452-07:00maquiagem consciente<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/-BKJunc8giVA/TfUBMsSIsqI/AAAAAAAAAOo/v1dHcbrOvvQ/s1600/maquiagem.jpg_1.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 319px;" src="http://2.bp.blogspot.com/-BKJunc8giVA/TfUBMsSIsqI/AAAAAAAAAOo/v1dHcbrOvvQ/s320/maquiagem.jpg_1.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5617397427771847330" /></a>
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<br />Ontem participei de um curso de maquiagem dado por Camila Damato, na Shangrilá. Sou do tempo da regra que para palco pancake e cílios postiços resolviam, mas muita coisa mudou de lá pra cá, e havia tempos que sentia necessidade de me atualizar com as novidades. Sempre gostei de me maquiar sozinha e não depender de filas esperando maquiador, etc. Bom, a moça que deu o curso é pra lá de simpática, deu dicas de sites de importados não tão caros e sugestões que mudaram o meu modo de pensar básico em relação a combinação de cores, fora as trocas de figurinhas entre as participantes que foi também muito legal. O curso para mim foi muito proveitoso.
<br />Mas não foi tanto para falar do curso em si que escrevi, porque no quesito make-up há o Youtube para dar boas dicas em tutoriais e em geral as meninas se viram muito bem. O que eu de uns tempos pra cá passei a me importar é se os produtos cosméticos que costumo utilizar são ou não testados em animais. Porque nenhum show ou estar bem na fita pra mim vale o sofrimento de um animalzinho preso em laboratório com a finalidade de testar o produto que eu uso. Descobri que minha ex-preferida L'Óreal é um dos fabricantes que testam e vou abandonar o meu querido Elsève revitalizante que deixa meu cabelo supermacio. Que se dane, vou tentar achar um similar. Pretendo inclusive deixar mensagem no SAC informando que deixei de ser cliente da marca da qual consumia inúmeros produtos até que eles mudem sua postura quanto a testes, os quais, segundo profissionais da área, não tornam os produtos totalmente seguros, pois a sensibilidade e alergias, etc., variam de espécie para espécie. Há tantas empresas idôneas e com ótimos produtos para a pele, como a Valmari, por exemplo, queridinha de esteticistas sérias, que não há por que testar nos bichinhos, não é mesmo?
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<br />Há uma lista de empresas que testam e das que não testam. Quem se importa com o sofrimento animal pode imprimir as listinhas e deixar sempre na bolsa na hora de comprar ou renovar o estoque. Nos sites a seguir, pode-se encontrar listas inclusive de produtos importados:
<br />www.pea.org.br
<br />http://www.institutoninarosa.org.br
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<br />O Instituto Nina Rosa, uma entidade defensora dos animais das mais sérias e respeitadas disponibiliza no Youtube vídeos sobre o tema, que valem a pena ser vistos, com depoimentos de biólogos, profissinais e estudantes da área de Biomédicas contando um pouco do que acontece sobre a permanência dessa prática há muito desnecessária.
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<br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/-cL9rwogM5hY/TfUApdjdEYI/AAAAAAAAAOg/cPPtHyRysRg/s1600/ca%25C3%25B5resgatado.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 193px;" src="http://2.bp.blogspot.com/-cL9rwogM5hY/TfUApdjdEYI/AAAAAAAAAOg/cPPtHyRysRg/s320/ca%25C3%25B5resgatado.jpg" border="0"
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<br />"Não creia que os animais sofrem menos do que os seres humanos. A dor é a mesma para eles e para nós. Talvez pior, pois eles não podem ajudar a si mesmos."
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<br /><span style="font-style:italic;">Dr. Louis J. Camuti</span>
<br />Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-18460138603994166952011-05-10T17:56:00.000-07:002011-05-11T07:50:10.472-07:00Dos eternos recomeçosDepois de vários meses sem fazer aulas por conta de trabalho escravo, quando me sobra pouca energia até para cuidar de assuntos vitais, meu corpo me cobra. Sinto dores no trapézio, tendinites e enxaquecas se fico sem me exercitar pra valer por algum tempo.<br />Então achei que estava enferrujada e achei que estaria morta após uma aula de duas horas, mas qual não foi a minha surpresa, quando saí renovada e meu corpo pedindo mais. Agora um novo desafio: estou preparando uma coreo solo de fusão de dv e flamenco para estudos. Sinto que nada me entusiasma mais no mundo. Poderia ficar um dia inteiro só nesses preparativos, a coreo, a roupa, os adereços, mas não dá porque não é assim que eu ganho a vida e tenho de trabalhar sentada, sendo o movimento físico de maior esforço o levantamento de dicionário, e isso ainda porque faço questão de ter os mais importantes em papel para não ficar na mão em caso de queda de energia.<br />Penso que em dança exercício da técnica com supervisão é necessário para nos indicar caminhos e para que o nosso corpo não desabitue dos movimentos aprendidos, mas podemos utilizar essa técnica a serviço da arte, que para ser boa não deve ter amarras na minha opinião (e na de um monte de gente que entende muito mais de arte do que eu). Você pode aproveitar a técnica e construir algo que faça sentido para você, sendo canônico ou não. <br />A vida traz muitas surpresas e assim como me sentia amarrada ontem, representa um salto no ar hoje.<br />Escrevi esse post em solidariedade às desanimadas e combalidas, como me senti ao término de um período. Você pode fazer o que gosta, você pode evoluir e se superar, em qualquer momento e não apenas quando está na casa dos 20. Outra coisa importante: Não deixe ninguém, nem "amiga", nem marido, nem chefe, nem uma banca (não, eu não fui nem nunca irei me inscrever em nenhum selo de qualidade, que Deus me defenda desse estresse, embora ache úteis e proveitosos os workshops preparatórios),nem professora dizer, explícita ou implicitamente, qual é a medida que a dança tem em sua vida se isso é realmente importante para você.<br />Lembre-se dos elogios sinceros que já recebeu, daquele sorriso de contentamento das bailarinas e professoras talentosas que já teve e que admirava, após uma apresentação sua e siga em frente.Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-4599862864037502192011-02-01T04:09:00.000-08:002011-02-01T04:35:11.618-08:00O bicho tá pegando no Egito<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/TUf49jqWIPI/AAAAAAAAANI/ewK0gmPeHPA/s1600/Egito.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 167px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/TUf49jqWIPI/AAAAAAAAANI/ewK0gmPeHPA/s320/Egito.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5568693200695468274" /></a><br /><br /><br />O bicho tá pegando por lá, no bom sentido. É emocionante ver o povo em massa, incluindo mulheres, sair às ruas para depor um mau governante. Lembrou-me as Diretas já (de que participei, mas quem tem menos de 30 anos não vai se lembrar) e do impeachment do governo Collor, guardadas as devidas proporções. Dessa manifestação não participei porque estava trabalhando num sistema meio que escravo e não tinha energias para tal, mas saí pra rua na região da Paulista bem na hora do furdunço, quando anunciaram a sua deposição. Foi uma festa geral. <br /><br />Como pratico uma dança oriunda de lá, tudo que está rolando em larga escala naquela parte do mundo me chama atenção. Quem disse que bailarina não se posiciona politicamente? Não sei se alguma das divas de lá está participando.<br /><br />Resta saber se as mudanças por lá significarão, além de melhorias de sistemas básicos, um avanço em relação ao papel da mulher naquela cultura. Vamos torcer para que sim.<br />E enfim surgiu algum assunto que me desse vontade de postar por aqui novamente. <br />Beijos e um feliz Ano Novo a todos (já é quase Carnaval, mas eu tava com filha de férias, então...). A quem é meu amigo e a quem não é também. A quem deixa comentários e a quem só dá uma espiada rapidinha.<br />Beijos!Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-37387884029317045452010-12-17T10:41:00.000-08:002010-12-17T11:24:58.246-08:00Pequenas grandes vitórias<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/TQu0n7HXCtI/AAAAAAAAAM0/SSr7-JQRO2Q/s1600/Imagem%2B004.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/TQu0n7HXCtI/AAAAAAAAAM0/SSr7-JQRO2Q/s320/Imagem%2B004.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5551729563640728274" /></a><br /><span style="font-style:italic;">Dançando com alunas</span><br /><br />Conseguir dar aulas, manter e já aumentar minha turminha de alunas para 2011. <br />Terminar a coreo, ensaiar (ainda que com com muita gente faltando, saindo de férias no meio dos ensaios, aquelas coisas que a gente só percebe que irritam mesmo depois que começa a dar aulas). As meninas estavam soltas, felizes, o público estava muito receptivo e caloroso (e olha que não tinha tanto parente assim) e tudo correu muito bem. Dançaram uma introdução clássica que serviu como entrada, seguida de um baladi moderno que elas próprias escolheram e finalizaram com uma percussão de dificuldade razoável. Encararam tudo com muita coragem e alegria. Fiz um solo, não porque goste tanto do formato "professor dança depois sozinho", pois só em DV é que fui ver isso, em flamenco, jazz, hip hop e outros nunca vi. Até já ocorreu uma vez na turma de flamenco, quando eu fazia aulas, de os professores todos juntos no final darem uma palhinha de roupa normal e tudo, mas nada muito estudado, sem nenhum glamour. Mas em DV faz parte do show, o povo, incluindo alunos, quer ver o professor se apresentar, mostrar o que sabe fazer além de tirar o couro nos ensaios e dar broncas. Dancei Yasmina, 9:30, sem editar. Foi um fervo, tava o maior calor, mas valeu muito a pena. Vou postar tudo quando conseguir obter as filmagens. <br />Nada mau para quem não sabia que rumo tomar com a dança e estava à beira de uma depressão no começo deste do ano! Temos de comemorar todas as vitórias, as pequenas e as grandes. Para mim e minha pequena turma de alunas (todas, assim como eu, de mulheres que trabalham, algumas com filhos para cuidar, casa para administrar, mestrado para concluir) valeu muito a pena deixar um espaço para a arte em nossas vidas. <br />No fim, concluo que a dança é que literalmente me mantém de pé em todos os sentidos. Mais do que isso, ela está me levando pelas mãos, e eu digo "Eu vou, eu vou..."<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/TQu1R_ZBn4I/AAAAAAAAAM8/DYakFGh0DjE/s1600/Imagem%2B005.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 240px; height: 320px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/TQu1R_ZBn4I/AAAAAAAAAM8/DYakFGh0DjE/s320/Imagem%2B005.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5551730286343069570" /></a>Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-46179897064053243192010-12-02T06:51:00.000-08:002010-12-13T09:29:27.588-08:00Orgulhos 1 e 2<span style="font-weight:bold;">Orgulho 1</span><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/TPr2unK5SQI/AAAAAAAAAMs/ZteslazrU8E/s1600/Imagem%2B016.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/TPr2unK5SQI/AAAAAAAAAMs/ZteslazrU8E/s320/Imagem%2B016.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5547017171709282562" /></a><br /><br />Sábado passado, 27/11, pela manhã, no Teatro Brigadeiro, Clara dançou a <span style="font-style:italic;">Valsa do imperador</span>, de Strauss, coreografia de Carolina Polloni, e nem o fato de a estaferma da mãe dela, esta que vos escreve, <span style="font-weight:bold;">ter esquecido de levar as sapatilhas dela! </span> a deixou nervosa. Dançou com sapatilhas emprestadas de uma amiga, como se não houvesse amanhã.<br /><span style="font-weight:bold;"><br />Orgulho 2</span><br /><br />No mesmo sábado, à noite, no Teatro Santo Agostinho dancei na festa anual da Shangrilá, onde estudo, música <span style="font-style:italic;">Nesma</span>, coreo da Lulu Sabongi, com pitacos do Gamal Seif. Deus sabe as dificuldades que passei para conseguir fazer as aulas e não deixar meus estudos de dança neste ano, mas por amor à arte, uma confiança inabalável na minha relação com a dança mais a teimosia taurina me fizeram persistir e no final valeu a pena. Minha inspiração tanto nos ensaios como na apresentação foi imaginar e sentir que os músicos que compuseram e executaram essa música maravilhosa estavam lá e também dancei como se não houvesse amanhã.<br /><br /><iframe width="425" height="344" src="http://www.youtube.com/embed/N2-U5shCLoE?fs=1" frameborder="0"></iframe>Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-50322434962985218232010-11-26T05:22:00.000-08:002010-11-28T14:47:35.988-08:00Surpresas que a dança trazApós começar a dar aulas de "dança do ventre" tenho começado a pensar em algumas coisas e essa matéria que saiu na uol veio ao encontro disso. Não acho que o formato de blog tenha muito a ver com repassar artigos, mas nem todo mundo que lê os blogs tem o uol como provedor. Então segue o artigo muito interessante sobre os benefícios da dança como forma de terapia, não que pretenda em princípio me tornar uma terapeuta, mas é que algumas alunas têm me relatado que dormem melhor, outras estão se sentindo mais acordadas para várias outras atividades na vida, e isso tem sido surpreendente e muuuito gratificante. Peguei então para ler pela terceira vez o livro <span style="font-style:italic;">A dança</span>, do Klauss Viana, e parece que o estava lendo pela primeira vez. Vou falar depois desse livro em outro post. As pessoas que dançam há algum tempo ou trabalham com dança de alguma fora já estão carecas de conhecer esse livro, mas nem todos que leem os blogs e não chegam a postar comentários, como eu mesma faço qdo estou na correria o conhecem. <br />Segue o artigo da uol de que falei: <br /><br /><span style="font-weight:bold;">Dança pode prevenir e auxiliar no tratamento de doenças físicas e psicológicas</span><br /><br />Cristina Almeida<br />UOL Ciência e saúde 22/11/2010<br /><br />Movimentar o corpo ao som de uma música não é prerrogativa dos jovens, nem dos bailarinos profissionais. Cada corpo possui sua própria dança. E os gestos e ritmos cardíaco e biológico são um exemplo disso. Quando esses movimentos são orientados por meio de uma técnica denominada Dança Movimento Terapia (DMT), eles promovem a integração física, emocional, cognitiva e social, e ainda podem auxiliar no tratamento e prevenção da ansiedade, fibromialgia, depressão, estresse, distúrbios alimentares, mal de Parkinson e até câncer. Entre os idosos, ela também aprimora as funções físicas e cognitivas.<br />Todos esses benefícios têm sido observados por pesquisadores na última década, mas segundo a American Dance Therapy Association (ADTA), há mais de 50 anos a prática é pioneira no entendimento de como o corpo e a mente interagem na saúde e na doença. As sessões de DMT não são uma aula de dança onde se repetem coreografias. Trata-se de um prática guiada por terapeutas devidamente habilitados a estimular movimentos espontâneos. As sessões podem ser individuais ou em grupo, e a técnica utiliza música e admite o uso de brincadeiras e materiais que estimulem a criatividade.<br />Judith Esperanza, dançaterapeuta e naturopata, diretora do Centro de Formação Internacional em Dançaterapia (Cefid-DMT) , conta que esse recurso foi utilizado pela primeira vez em 1940, nos Estados Unidos. “O objetivo das bailarinas Marian Chace e Trudi Schoop era auxiliar na reabilitação de pacientes desprovidos das capacidades de comunicação e expressão”, diz.<br />Na América do Sul, a argentina Maria Fux não só adotou a técnica como incorporou novos conceitos em benefício de pessoas com todo tipo de deficiência. “O método é integrativo e não exclui ninguém”, fala Esperanza. “Para a DMT o fato de uma pessoa não poder levantar de uma cadeira, não significa que não possa dançar. Ela movimentará suas partes saudáveis, e é a partir desse potencial que a DMT trabalha. O dançar contempla o todo: braços, dedos, e até o olhar que se move”, explica.<br /><span style="font-weight:bold;">Uma terapia para todos</span><br />Na Itália, a bailarina Elena Cerruto, diretora da Associação Sarabanda de Milão e autora do livro <span style="font-style:italic;">No ritmo do coração</span>, dançaterapia entre oriente e ocidente (Phorte Editora), passou a se interessar pela DMT, e nela introduziu elementos da medicina oriental. “A técnica é ao mesmo tempo um tratamento e uma terapia”. “Na DMT prevalece a linguagem não verbal, mas o meu método também estimula a troca verbal. Por isso, introduzi no curso as psicologias ocidental, chinesa e a zen budista”, esclarece a especialista.<br />No Brasil, não é requisito ser bailarino para trabalhar com a DMT. Entretanto, o interessado deve frequentar um curso de três anos, que tem em seu currículo não só dança, mas também psicologia, musicoterapia, cinesiologia e outras disciplinas. As especialistas esclarecem que, para os praticantes, igualmente não é exigida habilidade física específica, pois a DMT é indicada não só para pessoas com necessidades especiais, mas também para todo adulto, jovem, criança ou idoso, sem limite de idade.<br />“O proveito psicológico é enorme, pois permite experimentar, expressar e valorizar as próprias potencialidades, muitas vezes superando situações internas que impediam uma vida plena”, afirma Cerruto. “No aspecto físico, o corpo atinge maior elasticidade e capacidade de movimento. Traumas, dores nas costas, contrações e cefaleias podem desaparecer por meio da nova consciência do próprio corpo”, completa.<br />Esperanza observa que não há contraindicações para a DMT, mas os praticantes devem estar atentos aos seus próprios limites, especialmente no início. “Com o passar do tempo, a escuta pessoal se aprimora, e já não há riscos de cometer excessos”, diz.<br /><span style="font-weight:bold;">Corpo que enxerga </span><br />Para Elisabetta Vianello, 60 anos, a DMT trouxe melhora na qualidade de vida. Como há mais de quarenta anos perdeu a visão, a técnica trouxe alívio para as tensões físicas e psíquicas. “Eu me movo melhor no ambiente que me cerca, com simplicidade e certa desenvoltura, superando os limites e enxergando com o corpo”, relata. “Durante as sessões, sinto minha respiração viva e palpitante, especialmente nas zonas que estão sempre bloqueadas: o diafragma e o abdômen. O coração também bate de forma harmoniosa e a circulação melhora. Tudo isso me deixa mais serena”, completa.<br />Para o cardiologista e cirurgião Giovanni Ansaldi, membro da Sociedade Italiana de Medicina Psicossomática, o valor da DMT é que ela “estimula o movimento visando o bem-estar psicofísico de uma comunidade onde o sedentarismo é a regra”.<br />Cláudio Santili, professor do departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, e presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia (SBOT) concorda: “O mais importante da dança é a capacidade de colocar as pessoas em movimento, favorecendo o aparelho locomotor, a musculatura e os ossos”.<br />Porém, diferentemente de outras atividades como a ginástica ou alguma modalidade esportiva, acrescenta Ansaldi, “A DMT promove a consciência do corpo e, por meio do movimento, um contato mais profundo consigo mesmo”. “Os benefícios físicos para o aparelho cardiorrespiratório e muscular juntam-se aos psicológicos, não menos importantes”, diz. Os especialistas falam que o tempo de espera para usufruir dessa melhora dependerá de cada pessoa, mas em média, após dois meses, já se notará alguma evolução, que tende a crescer ao longo da prática.<br /><span style="font-weight:bold;">Função analgésica</span><br />Observando a DMT de perto, o médico italiano verificou que ela também pode ser útil para aqueles pessoas que se sentem traídas pelo próprio físico, por achar que ele não atende aos modelos da moda. “Com a DMT, o corpo passa a ser usado ao invés de rejeitado. Além disso, ele é vivenciado numa dimensão comunicativa e criativa”. E acrescenta: “do ponto de vista estritamente orgânico, a DMT figura entre as terapias de maior função analgésica. Como os movimentos não são obrigatórios, nem predeterminados, a pessoa assume de forma solta e consciente, aqueles que melhor se prestam à liberação das tensões”.<br />Entre os idosos que perderam a mobilidade, relata Esperanza, a experiência pode ser ainda mais extraordinária. Além da resposta física, para eles há a possibilidade de resgatar a autoconfiança, criar laços de amizade e sair da solidão, além de se comunicar e tomar consciência de que ainda estão vivos. “O papel do terapeuta é ter clareza quanto às intervenções que faz, aproveitando e gerenciando cada instante durante as sessões. Afinal, nesse momento, é ele a ponte que leva o idoso ao encontro de suas próprias potencialidades”, conclui.Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-87381437880572765782010-11-16T10:37:00.000-08:002010-11-16T11:21:05.235-08:00Revista nova de DV<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/TOLYGy3Md-I/AAAAAAAAAMU/-ltPXDNSN6k/s1600/produto_Foto1_1022118.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 254px; height: 320px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/TOLYGy3Md-I/AAAAAAAAAMU/-ltPXDNSN6k/s320/produto_Foto1_1022118.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5540228102863222754" /></a><br /><br />Comprei meu exemplar da revista <span style="font-style:italic;">Shimmie</span> duas semanas depois do lançamento, e olha que estou toda semana na Shangrilá, porque minha vida é uma correria.<br />Para minha surpresa, descobri que a editora resposável, a Rhazi, é minha colega de turma no curso semanal da Lulu. Que mundo pequeno! <br />Então por aqui, fora algumas vendidas em banca, creio que da Editora Scala, bem fininhas, que vêm com aulas passo a passo, só temos a <span style="font-style:italic;">Oriente, Encanto e Magia</span>, que considero legal, bem cuidada, porém mais voltada para o calendário de eventos. O que me surpreendeu na <span style="font-style:italic;">Shimmie</span> foram as seções com uma abordagem digamos mais "holística" da DV, como Psicologia, Pesquisa acadêmica, Fisioterapia, entre outros. As matérias não são muito aprofundadas, mas dão orientações e boas dicas, mas ísso é uma característica de quase todo periódico segmentado, afinal de contas não é uma revista "científica", de estudos e tal. <br />Achei legal também os vários canais de comunicação que deixam para o leitor.<br />O projeto gráfico é muito bacana, e há news de eventos internacionais, como o Eilat Festival, em Israel, dirigido pela Orit.<br />A entrevista principal tem mais de uma página. A entrevistada da Número 1 foi a Lulu, mas creio que virão outras, pois a revista é bimestral, o que dá tempo para preparar um material decente. O único senão que vi foram alguns erros de revisão, que poderiam ter sido resolvidos com um revisor de texto, que não vi nos créditos, como é usual nas publicações desse tipo. A revista é tão bonita que merece um cuidadinho nessa área. Mas sou suspeita para falar porque essa é uma de minhas áreas de trabalho, então... já falei com a Rhazi me oferecendo para revisar a revista, caso eles sintam essa necessidade. Seria um trabalho que faria bem feliz.<br /><span style="font-weight:bold;"></span>Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-20322992034892471522010-09-05T12:37:00.000-07:002010-09-05T13:10:11.376-07:00As mil e uma noites de Najua FouadAcontece comigo que há algumas bailarinas que não tive muito tempo de estudar direito ou porque alguma coisa me incomodava nelas. De repente, vejo um vídeo e puf, alguma lampadinha se acende e passo ver detalhes que antes me passaram despercebidos, talvez por desconhecimento, falta de amadurecimento mesmo ou questão de gosto no momento, este último bem subjetivo, é claro. Isso aconteceu comigo em relação à Najua Fouad. Já tinha visto inúmeros vídeos dela, mas só conseguia ver uma persona estravagante ao dançar, mas esses dias vi este novamente com Set el Hosein, então aquela lampadinha se acendeu. E o que me chamou atenção além da criatividade e elegância e eixo perfeito foi a "presença" em cena. Fora, é claro, o cenário de Mil e uma noites, que me fala, ainda que bem no comecinho do aprendizado, quem já não teve esse sonho de filme hollywoodiano? Bem breguinha para os padrões de hoje. Embora tenha visto um vídeo da Munira, a quem admiro demais, fazendo performance semelhante em uma festa de casamento. Esse negócio de sultana sendo carregada por vários eunucos ainda paira no imaginário de muita gente.<br />Dessa interpretação da Najua de Set el Hossein, cheia de detalhes interessantes, há ainda as partes 2 e 3, disponíveis no nosso utilíssimo youtube.<br />Neste momento passei a gostar demais da mulher. Vou estudá-la mais detidamente.<br /><br /><object style="background-image:url(http://i2.ytimg.com/vi/qqfl_3bmlFg/hqdefault.jpg)" width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/qqfl_3bmlFg?fs=1&hl=pt_BR"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/qqfl_3bmlFg?fs=1&hl=pt_BR" width="425" height="344" allowScriptAccess="never" allowFullScreen="true" wmode="transparent" type="application/x-shockwave-flash"></embed></object>Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-90988203201063449332010-08-19T08:25:00.000-07:002010-08-19T08:34:49.602-07:00Olha só que interessante!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/TG1No94imEI/AAAAAAAAAME/gZ4NLL3787U/s1600/OgAAAPFtEravQfEWFplvYVApUzpXAsbOt_nM9kSD2_f43sufd5lsj501C1sl6DEozSThhzyy-BAe0cO-DMkGQUqMgL8Am1T1UJktgvLkgX8S3puGVk-BW1CAT6wd.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 270px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/TG1No94imEI/AAAAAAAAAME/gZ4NLL3787U/s320/OgAAAPFtEravQfEWFplvYVApUzpXAsbOt_nM9kSD2_f43sufd5lsj501C1sl6DEozSThhzyy-BAe0cO-DMkGQUqMgL8Am1T1UJktgvLkgX8S3puGVk-BW1CAT6wd.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5507143285545801794" /></a><br /><br />Nunca vi nenhum work igual nem sequer parecido. Trata-se de uma série de palestras sobre cinesiologia e fisiologia do exercício aplicada à dança do ventre, da qual participará essa pessoa querida e excelente bailarina e professora, a Tahia. Acho imperdível para quem dá aulas. Quero muito assistir.<br />Dá gosto de ver a dança do ventre sendo levada a sério.Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-24741086380058109232010-08-13T07:41:00.000-07:002010-08-18T06:41:44.418-07:00Workshop com Leila Soraia e KahinaEsse curso de aperfeiçoamento técnico será na Shangrilá, escola da Lulu, domingo próximo, 15/08. <br />O work da Leila é de percussão (modalidade na qual ela arrasa, dá gosto de ver). Como se divertir dentro das variações de ritmo, e diversão na dança é comigo mesmo, mas não é o único motivo pelo qual eu vou. Acho workshops uma maneira legal de estudar, principalmente para pessoas que não têm tempo sobrando. E no final, sempre se sai com alguma novidade. <br /><br />O da Kahina, na parte da tarde é sobre danças clássicas. Elementos interessantes e o que considerar para fazer o seu solo. Sempre assisti a Kahina ao vivo, mas nunca a tive como professora, e nesse aspecto ela está numa fase madura, colhendo frutos , com sua própria escola, etc.<br /><br />A intenção não é propaganda gratuita, mas sim tornar um blog com posts sazonais um pouco mais útil. Que sabe ainda há vagas por lá...Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-48009322594561178642010-08-02T08:42:00.000-07:002010-08-02T09:07:37.991-07:00Fusão - Eu gosto!Muito se fala em fusão e minha ex-prof., a Juliana Mariano, adepta do estilo, montou uma coreo com pout-pourri de trilhas de filmes musicais (e alguns não musicais) famosinhos, desses que eu adorava ver na sessão da tarde. Tenho várias ressalvas em relação à nossa performance naquele dia, mas o importante para mim é que foi muito muito gostoso de fazer, sinestésico eu diria, senti-me envolta numa nuvem fofa cor de rosa de véus flutuantes e perfumados. Além disso, deu pra sentir a reação do público, que foi instantânea e muito legal. A minha inspiração pessoal pra tentar entrar no espírito da música foi buscar referência em musicais ambientados em cabaré, como os trabalhos do Bob Fosse, algo meio Pinup. Gosto muito do tradicional da DV, mas foi muito divertido sair um pouco dos limites. <br />Tinha me dado conta de que nunca havia postado nada no blog de que tivesse participado. A imagem não está lá essas coisas, pois esta foi feita de máquina caseira de parente de uma das integrantes, dá pra ter uma ideia geral, mas... ao vivo foi muito melhor, é claro. <br /><br /><br /><object style="background-image:url(http://i4.ytimg.com/vi/cuoNIf9Ct5o/hqdefault.jpg)" width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/cuoNIf9Ct5o&hl=pt_BR&fs=1"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/cuoNIf9Ct5o&hl=pt_BR&fs=1" width="425" height="344" allowScriptAccess="never" allowFullScreen="true" wmode="transparent" type="application/x-shockwave-flash"></embed></object>Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-46189644693982255422010-07-06T13:25:00.001-07:002010-07-08T09:07:57.620-07:00Uma egípcia em minha aula!Minha vida virtual anda lenta, mas a real vem às galopadas, e mal consigo dar conta de tudo, enfim... Estava dando uma aula para minha turminha iniciante e naquele dia ficou de vir fazer uma aula experimental uma prima do meu marido. Essa pessoa é uma caixinha de surpresas. Funcionária pública, católica praticante, a imagem da pessoa toda certinha, mas sai numa escola de samba do primeiro grupo há muitos anos aqui em Sampa. Naquele dia ela veio e disse que traria uma ou mais amigas, mas para minha surpresa trouxe uma senhora egípcia com quem faz aulas de yoga. Na hora pensei "Oh my God! Estava tendo um faniquito interno". Imagina, por mais segurança que eu tenha no que estou fazendo e por mais que tenha preparado a aula e tals. E por mais que a senhora egípcia dissesse que chegou aqui com 2 anos (carregando um forte sotaque)fiquei toda ouriçada, imagina a responsabilidade! Ela afirmou "Eu não danço, você sabe, nas festas contratamos bailarinas, mas vim acompanhar a minha amiga para uma aula". Afinal, ela é uma senhora de família, e não pega bem dançar.<br />Dali a pouco ela totalmente à vontade, embora desconhecesse a existência da Dina, da Raquia Rassan e que existe uma música clássica famosa com o nome dela: <span style="font-style:italic;">Hal Leyla wa Leyla</span>, passou a me explicar algumas expressões do idioma e era shucran, yalla! Muito animada, ela não esperava meu direcionamento de braços nos exercícios de shimmies, como as outras. Ia colocando uns braços espontâneos e harmônicos do jeitinho dela. Nos pas-de-burres ia virando espontanemanete o corpo na diagonal pra lá e pra cá, antes de eu falar e seguindo os acentos da música, uma graça!<br />Em dado momento o assunto caiu em "então nessa hora o pessoal coloca dinheiro no cinturão da bailarina" e olhou pra mim como inquirindo "E aí, vc encararia?" Rapidinho já tratei de explicar que eu não me apresentava dessa forma, que dançava em reuniões de amigos, festas da escola e só. E que desconhecia bailarinas que aceitassem esse tipo de "gorjeta". Ela insistiu que nas festas árabes essa é uma prática aceita e no Egito também. <br />A não ser na casa da madame Lucy, no Cairo, nunca vi nenhum vídeo nem ouvi falar de nenhuma bailarina conhecida aceitando que colocassem dinheiro em seu cinto. Isso me parece mais coisa de <span style="font-style:italic;">streapper</span>, com todo respeito a esse trabalho.<br /> Ela me deixou a indicação de um filme que havia visto <span style="font-style:italic;">Tudo que Lola quiser</span>, sobre uma aluna de dança que vai para o Egito e se apaixona pelo universo bellydancer, guiada por uma mestra da dança, que fictícia, não é nenhuma das mais poderosas conhecidas. Afinal, a protagonista é a loirinha. Ainda não assisti, mas há uma resenha completa <a href="http://www.dancadoventrebrasil.com/2010/06/lola-e-o-egito-ta-fim-de-dancar-no.html">aqui</a>. <br />Terminada a aula a dona Leyla só falava em restaurantes árabes e queria nos arrastar para comer alguma coisa em algum deles. Acho que o apego cultural dela está mais ligado à comida do que à dança.<br />Em dado momento ela elogiou minha postura, fazendo um comentário qualquer sobre balé clássico. Fiquei cismada pensando se vindo de uma egípcia isso seria um elogio ou o contrário! Ai! Enfim, eu sabia que ela não faria as aulas, que estava lá mesmo só por diversão naquele dia, mas que seria muito legal ter uma egípcia na turma ah isso seria.Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-41222894988476402212010-06-19T17:34:00.000-07:002010-06-19T18:08:02.254-07:00Descobri-me muito egoísta, com a morte de Saramago<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/TB1nakdwGDI/AAAAAAAAAL8/LJZC-NTuvZw/s1600/saramago21.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 300px; height: 290px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/TB1nakdwGDI/AAAAAAAAAL8/LJZC-NTuvZw/s320/saramago21.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5484653627369855026" /></a><br /><span style="font-style:italic;">"Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma."</span><br /><br />Porque por mim ele não se iria com 87, mas poderia ficar até uns 107, espremendo até o fim de um fiozinho de vida esse formidável talento de escrever que ele tinha. Embora tudo que eu tivesse lido dele só me deixasse mais pessimista em relação à espécie humana e sem nenhum conforto espiritual, e ainda precisasse abstrair aquele jeito de ele enxergar as coisas com excessiva e assustadora lucidez, aquilo que em poesia se chama melopeia é que mais me viciava nos textos dele. Certas pessoas não deviam morrer nunca, não deviam de. <br /><br />Blog do José Saramago: http://caderno.josesaramago.orgVerahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-64205044429152843152010-06-14T07:07:00.000-07:002010-06-14T10:44:34.357-07:00Um certo ateliê na Brigadeiro...Quando iniciei as aulas de dança do ventre em um studio bem pequeno no bairro onde então morava, mas que tinha professores bem legais, de jazz, flamenco etc., perguntei para a minha primeira prof de DV, a Dívia Dy, onde comprar roupas para aulas e acessórios, porque nem me passava pela cabeça comprar um figurino completo, como muita gente faz e eu sempre me pergunto por que, se estão começando, vão dançar onde e com que repertório (talvez num baile a fantasia?). Ainda bem que estudar outras danças dá uma noção pra gente de que é necessário um mínimo de vocabulário antes de sair por aí, mas enfim cada um tem uma viagem pessoal particular. A prof sem pestanejar me indicou a 25 de março, um outlet na Vila Mariana e o Atelier da Tia Cecy. <br />Eu comprava meus colants e roupas pra dança na Galeria Ouro Fino, e não me lembrava de ter visto nada ligado à DV por lá. <br />Por acaso esse tal atelier da Tia Cecy ficava próximo da editora em que eu trabalhava, nos arredores da Bela Vista. Na avenida Brigadeiro Luís Antônio, 1156, entrei no corredor de um labirinto que ia se desdobrando em várias lojinhas de produtos diversos. Lá dentro, não havia muita iluminação e isso dava um clima quase mágico ao lugar. Com tecidos, panôs , roupas e uma infinidade de lenços pendurados por todos os lados. Eu achava que o nome era apenas uma marca, mas a tia Cecy em pessoa estava lá e perguntou "Se eu me importava que ela mesma me atendesse porque a mocinha vendedora estava ocupada com o estoque." Imagina se eu ia me importar. E ela foi tão atenciosa mesmo sabendo que eu compraria apenas um lencinho de quadril e não aquelas roupas glam, luscious que ela vendia. Havia uma delas, vestindo uma orgulhosa manequim de loja, era um vestido, bordado de pequenas perolinhas coral dos pés à cabeça, porque havia mesmo um adereço de cabeça, como uma malha-cota, parecido com uma que a Mona Said usou num filme para dançar um... saidi (vídeo que eu amo de paixão, só que a pessoa que postou não permite compartilhar, sei lá por quê). Fiquei me perguntando quando é que eu teria <span style="font-style:italic;">punch</span> para dançar com uma roupa daquelas, que era uma pequena fortuna, ou seja, pra bailarinas que já estavam no mercado, se jogando por aí, tipo a Soraia Zaied ou outras. <br /><br />E tudo que eu achava mais bonito era igualmente muito caro (para os meus padrões), ao que ela respondia sempre calma, com uma expressão de bondade "que esse lenço era importado, mas que havia um outro mais em conta." As roupas eram todas de sonho, os adornos com combinações de cores em que o verde-água era inexplicavelmente mais verde-água que os outros. <br />Não era muito dada a pechinchas, embora inserida na comunidade egípcia em São Paulo, ser casada com egípcio e viajar com frequência ao Egito. Tinha muita consciência da qualidade do seu trabalho.<br />Diz a lenda que ela dançava e até deu aulas a Soraia.<br />Saí de lá feliz com meu lencinho de quadril preto bordado com ramos de flores, que dá pra usar também como adereço de flamenco, por causa das longas franjas. Até hoje não vi nenhum igual nem parecido.<br /> <br />Tia Cecy faleceu semana passada e fazia parte do universo bellydancer de São Paulo. Creio que não há profissional ou diletante que tenha um certo tempo de estrada por aqui e não a tenha conhecido e a seu importante trabalho, ainda que de passagem. O que é a bailarina sem o figurino? Ainda uma bailarina decerto, porém a roupa faz parte do imaginário e desse ritual de transportar o público a um mundo onírico e onde mais a imaginação o levar.Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-70142753797533285202010-06-07T08:40:00.000-07:002010-06-09T08:33:32.342-07:00Patadas flamencas - Carmem Amaya<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/Nvd-MALA7tw&hl=pt_BR&fs=1"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/Nvd-MALA7tw&hl=pt_BR&fs=1" width="425" height="344" allowScriptAccess="never" allowFullScreen="true" wmode="transparent" type="application/x-shockwave-flash"></embed></object><br /><br />Hoje acordei saudosa do flamenco. E não sabendo muito bem o que fazer com isso, resolvi assistir a um vídeo da Carmem Amaya.<br /><br />O estilo de dançar de Carmem Amaya (1913-1963) personificava a alma do flamenco, e chegava a ser masculinizado se comparado ao flamenco de Corte, dos bailes, dos movimentos elegantes e estilizados dos shows que costumamos ver atualmente, com muita influência do balé clássico. Gostava de dançar de calças, algo não muito comum para as mulheres de sua época bailarem flamenco. Nas suas apresentações, a técnica era colocada a serviço da paixão pela arte, chegava a ficar fora de si e se descabelar e até perder as peinetas do penteado, possuída por "el duende", nome dado pelos flamencos a uma espécie de transe em que entra o bailarino quando põe toda a emoção ao pisar num tablado. Para atingir esse estado, infelizmente não existe técnica, dizem eles, ou se tem ou não se tem.<br /><br />Para uma biografia mais completa ver <a href="http://www.flamencobrasil.com.br">aqui</a>.<br /><br />João Cabral de Melo Neto, em sua fase espanhola, escreveu sobre ela:<br /><br /><blockquote><span style="font-weight:bold;">Carmem Amaya, de Triana</span><br /><br />As vizinhas diziam todas:<br />"bendita madre, que bailadora!"<br /><br />Então botaram-me na escola:<br />era sevilhanas a toda hora.<br /><br />Sevilhanas são para as damas,<br />para as <span style="font-style:italic;">niñas bien</span>, não têm chama.<br /><br />Aprendem-nas para na Feira<br />dançá-las entre si nas casetas.<br /><br />Dançá-las dentro das famílias<br />como na Feira de Abril, em Sevilha.<br /><br />"Nunca pensei em ser dama, não:<br />pois toquei fogo na lição."<br /><br />Dançar não é coisa aprendida,<br />mas o aprender-se cada dia.<br /><br />Assim é que entendo a lição;<br />sabê-la, mas segui-la, não.<br /><br />Fugir do que ela faz de gesso,<br />dançá-la, mas sempre do avesso.<br /><br />Tinha então de ganhar a vida,<br />e como eu, mais de mil havia.<br /><br />Onde ir buscar esse sotaque<br />que entre dez mil me destacasse<br /><br />e fizesse dizer: - Eis a Amaya,<br />eis seu bailado, vivo e em chaga."<br /><br />"Fui numa tarde à <span style="font-style:italic;">Maestranza</span>,<br />vi Pepe Luís (toureio e dança)<br /><br />com ele aprendi que a morte<br />é que faz o sotaque mais forte,<br /><br />e que não traz mal a quem a toque:<br />pois raro acede a quem a invoque.<br /><br />Por isso, que pus no baile<br /> a morte e seu arrepiar-se.<br /><br />Supersticiosa, sou cigana,<br />vivo muito bem com a tal dama:<br /><br />Ela faz mais denso o meu gesto<br /> e só virá em meu dia certo."</blockquote>Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-76370212370356335342010-06-01T18:49:00.000-07:002010-06-03T20:19:00.161-07:00Como seria a sua dança se...<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/TAXQP004dEI/AAAAAAAAALQ/QEJQQcYARqk/s1600/danse-ouled-nail.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 205px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/TAXQP004dEI/AAAAAAAAALQ/QEJQQcYARqk/s320/danse-ouled-nail.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5478013492063138882" /></a><br />
<br />
Como seria a sua dança se você fosse pra galera quase todos os dias? Sim, digo com isso dançar quase todos os dias com escalas em fins de semana e feriados, faça frio, com chuva ou calor.<br />
Então pense naquela dança que vc preparou e escolheu a música com cuidado, estudou e preparou a coreo e teve dias e até semanas para escolher entre uma ou outra que já tinha preparado há tempos, pra dançar sazonalmente, num chazinho na escola aqui, num bazar beneficente ali, num espetáculo de final de ano num teatro, ou num aniversário familiar ou outro evento para o qual foi convidada por amigos. Pense na possibilidade de não poder repeti-la na semana seguinte no mesmo lugar, porque o público é assíduo e vai ver vc com a mesma roupa e a mesma música e a mesma coreo. É claro que vc poderá repeti-la... quando for dançar em outro lugar em que estiver na escala. <br />
Estou falando obviamente das bailarinas profissionais que fazem dos shows e aulas o seu principal meio de vida, e não de bailarinas ou, segundo o sindicato, de dançarinas (caso no qual me enquadro) que têm outro trabalho como sustento principal e não dependem dos shows para pagar as contas. Não falo também de casos em que a pessoa tem os pais, o marido, ou namorado que as apóiam ou bancam integralmente. Falo é daquelas que se sustentam e têm outros a quem sustentar com a dança. <br />
É claro que é uma escolha que requer coragem, porque viver de arte por aqui não é tarefa fácil. Além de ser uma "arte", como muitos falam, trata-se de um trabalho, como outro qualquer. Vamos ver se não é? A gente faz curso de soumbóti e aprende que uma das origens da DV está nas gawazee, ou nas ouled nails, que ficavam nas feiras abertas dançando, cantando, tocando snujs, muitas com os seios de fora, e sabe-se lá o que mais, dependendo do lugar, em troca de algumas moedas para comprar comida. OK, como é que a gente analisaria essas mulheres? Como poderíamos julgá-las, quer esteticamente, quer do ponto de vista artístico, quer do ponto de vista moral? É claro que a gente vê a iconografia e acha tudo lindo e idealizado, porque afinal de contas elas já estão no passado, mortinhas e enterradas, não é mesmo? Que bom pra elas, porque assim não correm o risco de encontrar suas imagens por aí expostas à falação alheia.<br />
Tudo bem que é um risco que se corre. Quem está presente em qualquer tipo de mídia está sujeito análises e críticas diversas. Aí neguinho vai, pega um recorte do seu trabalho em 1900 e lá vai bolinha, quando desde a roupa até a coreo vc queria eliminar da face da terra, e "analisa a sua performance sob numerosos e profundos pontos de vista". E é claro que aquilo não corresponde mais ao seu trabalho atual, mas como pode o crítico saber se ele nunca te viu ao vivo, e se ele mora lá em Piraporinha da Serra e vc aqui na Barra Funda, né mesm? Mas o mais curioso, por algum inexplicável fenômeno artístico, as bailarinas de Piraporinha (ou localidade X em que residem os críticos) são todas uns primores, e só merecem sarrafo as que residem em Barra Funda, Brás, Bexiga, Cairo... lugares longínquos, enfim. Mas o que importa é criticar bem para criticar sempre. Depois, é tão bacana ser malvadinho, né? Pelo menos na 8a. série a gente pensava assim...<br />
Mas o que me espanta é a falta de bom senso que gente do meio tem ao criticar. Gente, isso é uma coisa que eu <span style="font-style:italic;">jamais de ma vie</span> faria: "Sabe, a fulana lá de Goiás, do Recife, ou do Paraná? Que horror, como dança mal, né?" E a tal fulana, que nem sabe da existência de quem falou dela, continua levando a sua vidinha de sempre, com os shows nacionais, e internacionais diga-se de passagem, as aulas, os works, a beleza dela, o charme dela (coisas que independem de biotipo, a pessoa pode ser gorda, magra, ou gostosa, ou mais ou menos e ter tudo isso, portanto não vale usar seu biotipo para descontar nos outros os próprios recalques), enfim, tudo o que o Mercado atual exige e a pessoa que criticou não teve nem nunca terá. Não porque não possa fazê-lo, mas porque não se empenha nisso o suficiente, e porque esse não é o seu TRABALHO, e no fundo tem inveja de quem o faz. Fica tão claro! A pessoa criticada pode até quem sabe ser sua companheira de lado num work internacional qualquer da vida. Esse mundo é tao pequeno! <br />
Gente, se pra afogar minhas mágoas de achar que não tenho o perfil, nem o biotipo, nem o profissionalismo, nem a técnica de mil e poucas pessoas, teria desistido de dançar há muito. Adianta eu ficar falando mal de tudo quanto não me agrada por aí só porque o outro não é o meu espelho ou porque não compreendo as razões do trabalho alheio, por desconhecimento, imaturidade ou sei lá por que mais?<br />
Tenho em mente que tomei essa opção há muito tempo, a de não ir pra galera geral. Poderia muito bem tê-lo feito, mas tomei outro rumo, e ninguém tem culpa pelo fato de eu não estar sob holofotes sete dias da semana. <br />
Eu ou você, que temos um trabalho em que o fazemos sentadinhas, em escritório, em casa, ou nas firmas da vida, podemos até trabalhar em condições adversas, por mais que saiamos a campo vez ou outra, levantemos da mesa vez ou outra, trata-se de desk job. Podemos também tomar nosso analgésico e dar um tombadinha na mesa, que receberemos até olhares caridosos dos colegas. "Tadinha, não está bem". <br />
Há bares que suspendem por tempo indeterminado a bailarina se ela precisar faltar e não arrumar uma substituta. Pois então elas têm de dançar com cólicas mesmo senão quiserem perder o emprego. Claro que ninguém quer saber dos bastidores, a gente quer mais é que os artistas brilhem, não é mesmo? Se a gente parar de olhar nosso umbiguinho e mirar com realismo esse trabalho não vai ter coragem de sair por aí malhando os outros, não vai mesmo. É fácil falar mal quando não se tem a manha de encarar esse batente, o da "arte" full time. <br />
<br />
Por isso esse texto é uma homenagem pras minas que vão pra galera de segunda a domingo. Em bares, danceterias, casas noturnas, feiras livres, de promoções, em teatros, cafés, com garçons andando em torno, gente jantando, gente apreciando, aplaudindo, nem ligando, se divertindo, sonhando, curtindo...<br />
E até mesmo para aqueles de quem eu não curta tanto assim o trabalho por variados motivos. Esses também merecem todo o meu respeito.Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-33320326689815177092010-05-18T08:30:00.000-07:002010-05-21T06:10:43.426-07:00Minhas sazonais e curtas incursões pelo balé clássico<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/S_aDuzyvRtI/AAAAAAAAALI/QkUh9m2uYXU/s1600/bal%C3%A9.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 213px; height: 320px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/S_aDuzyvRtI/AAAAAAAAALI/QkUh9m2uYXU/s320/bal%C3%A9.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5473707237315659474" /></a><br /><br /><br />A primeira vez foi há mais de dez anos. Certo dia , durante um ensaio do grupo de jazz, nosso professor e coreógrafo, o Daioner Romero (que eu não sei por onde anda) olhou pra nós e disse assim: Vocês estão todas tortas. Cruzes, e juro que não é por culpa minha! Mas vou fazer tomar uma providência. Vou chamar um amigo meu que é professor de clássico para pegar uma hora do ensaio e dar uma "acertada" em vocês. Eu fiquei ansiosa, que o balé sempre foi um sonho dourado e distante pra mim. Sou capaz de chorar até hoje até em apresentação de baby class! Pois durante a tal aula o professor dava algumas rotinas, barra, deslocamentos, posturas etc. e quando acabava aquela hora e faltavam ainda 3 horas de ensaio, eu pensava. "Que pena... por mim poderia seguir todo o tempo que faltava com essa aula que eu nem sentia o tempo passar.". As meninas do jazz puro, dava graças a deus: "Acho lindo balé clássico, mas não via a hora de acabar essa aula. Essas músicas são devagar demais pra mim."<br />Adorava aqueles momentos clássicos dentro do ensaio do jazz, só que o professor ia dando as aulas, não explicava o porquê de nada, e eu e as meninas também iamos fazendo a coisa e pronto. Eu sinceramente não parava para "pensar", simplesmente ia fazendo o que ele pedia, o que quer dizer que não tinha uma consciência precisa do movimento que estava executando. <br /><br />Foi-se o professor de clássico depois que nosso coreógrafo decidiu que já estávamos mais aprumadas. E eu esqueci do assunto, com tantas atividades que tinha para fazer.<br />Dia desses soube que teria balé clássico para dultos na academia que frequento, mas como é um curso pago à parte, dei uma espiadinha na aula e deixei pra lá. Se eu fosse uma rica, gastaria todos os meus tostões fazendo aulas de dança de todo tipo. Encontrei com a professora nos corredores e ela me propôs que eu fizesse umas duas aulas free, para conhecer o trabalho, já que tinha tanto interesse em dança e tals. Minha surpresa foi imensa, porque na faculdade de dança ela teve cursos com outro tipo de abordagem ligados a teóricos da reeducação do movimento, eutonia, Laban e uma linha parecida com a do Ivaldo Bertazzo. Então ela explicava os movimentos e o porquê, que grupo muscular estaria envolvido e consequências, etc. parava para massagear os pés dos alunos, coisa que eu nem cismava ter em uma aula de clássico, e claro deslocamentos de centro, barras, saltinhos, ou seja, tudo também do "normal". Ok, mas não vou deixar as aulas de DV, ainda mais estando cada vez mais comprometida, fiz tudo o que há pouco tempo falei que não ia fazer: estou dando aulas, tirei DRT, ainda bem que a gente muda de opinião. Na verdade, isso tudo para mim era como a fábula da raposa e das uvas. Desdenhava, mas queria comprar. E estou muito em paz por ter tomado essa decisão. Agora dá para seguir em frente com mais convicção.<br />Mas voltando ao caso clássico, desejaria que todos que trabalham com dança de alguma forma pudessem ter acesso às aulas de clássico com essa abordagem de conciência corporal. O curso embora caro vale muito a pena. Espero poder fazê-lo em um momento mais abonado.Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-88448930896913714412010-04-20T12:32:00.000-07:002010-04-29T13:22:48.734-07:00Benefícios do Body Balance e reflexões sobre mania de perfeição<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/S9njBDWcmYI/AAAAAAAAAK4/wFEcX4hnZtA/s1600/body+balance+group+pic.png"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 291px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/S9njBDWcmYI/AAAAAAAAAK4/wFEcX4hnZtA/s320/body+balance+group+pic.png" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5465649230009637250" /></a><br /><br />Após mais ou menos um ano é que fui perceber os benefícios dessa aula, que passei a fazer pelo menos uma vez por semana, para não abandonar por completo os exercícios físicos na academia. O Body Balance é uma aula de uma hora que mescla movimentos de tai chi chuan, yoga e pilates. A trilha sonora é bem interessante e vai desde new age, rock a baladinhas pop com influência de black music, o que dá um ânimo para a gente se manter naquelas posições a princípio esdrúxulas, mas que depois vai entendendo a mecânica e que grupo muscular é trabalhado. Creio que a tônica do programa está nos exercícios de yoga e pilates, que trabalham flexibilidade em um grupo muscular e ao mesmo tempo força em outro. A impressão que dá é que saio das aulas mais ereta com o pescoço mais alongado (meu sonho de consumo é ter um pescoço mais elegante) e mais leve. <br />Essa aula faz parte de um pacote que as academias compram de aulas prontas idealizadas por um grupo americano (ou canadense), que apresenta essa e outras modalidades de exercícios. Cada programa dura três meses, e depois a sequência é refeita com diferentes exercícios. Os professores têm treinamento, e cada lançamento de uma série nova tem uma espécie de festinha, com a sala enfeitada e mesinha com frutas e suco após a aula, coisa de americano, que fazem de tudo um evento, um show. Mas é animado. Nos lançamentos, em geral a gente vê pessoas que nunca fizeram, e depois nunca mais farão a aula, mas que vão por causa da muvuca. Nas semana posterior tudo volta ao normal e as aulas seguem seu curso tranquilamente.<br />Já ouvi algumas pessoas falarem mal do Balance: uma disse que não fazia porque já tinha feito yoga e no Balance não se para muito tempo nas posições, outra menina que fez apenas uma aula disse que não dava pra aprender as posições, que ela já tinha feito yoga. Curioso é que para mim o tempo que a gente fica parece durar uma eternidade e olha que não sou assim tão fraquinha. A aula é dinâmica, o propósito é outro. Dá pra gente tirar dúvidas com o professor durante a aula, e eles sempre nos corrigem. <br />Pensei sobre a mania de perfeição que às vezes nos toma. Gostaria de ter tempo de fazer uma aula só de pilates, outra aula só de yoga, outra de jazz, etc. etc. Se fosse pensar "se não puder fazer todas, então nenhuma outra me serve", acabaria não fazendo nada.<br />Na dança também não é diferente, a mania de perfeição nos paralisa. Nada contra buscar a excelência, mas fazer o melhor possível dentro do que é possível para o próprio corpo. <br />Recomendo o Balance para quem dança, pois é uma ótima ferramenta, e além de melhorar flexibilidade e força muscular, tem posições esteticamente agradáveis até inspiradoras para a dança mesmo, seja qual for a modalidade que se pratique.Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-59765030438129976582010-04-01T12:49:00.000-07:002010-04-01T13:36:13.246-07:00A prática faz o mongeDepois de praticamente dois meses sem fazer aulas e indo com pouca frequência à academia, deu pra perceber como podemos sim, perder alongamento, agilidade, memória etc. Essas esporádicas férias, inclusive dos treinos em casa, da dança me fazem refletir no quanto a prática faz sim diferença. Mais vale fazer uma aula por semana na correria, meio cansada, fugida dos afazeres domésticos, trabalho, filho, marido e cachorros do que fazer aula nenhuma com a ilusão de que estou descansando um pouquinho e que isso não fará diferença quando eu resolver voltar. Quando volto às aulas reparo que no fundo dou à dança toda a importância do mundo. <br />Outro dilema que não sei se acorre a muitas praticantes não profissionais: faço aulas só de DV, fora outras modalidades, há no mínimo 6 anos. Tenho vontade de assumir alguma responsabilidade em relação à dança, fazer uma turma avançada, formação pra professora, atender ao convite de uma amiga e passar algum conhecimento que adquiri pra umas amigas dela, uma vez que a minha prof foi pro Líbano, voltou, saiu da escola e agora eu que estava toda acomodada, terei de tomar uma atitude.<br />Pra não parar, faço aulas com a prof. que veio substituí-la, e que tem um trabalho respeitado apesar de muito jovem. <br />Ao mesmo tempo, olho todas aquelas roupas de apresentação das quais não quero me desfazer de jeito nenhum. Vou dançar novamente com elas? Aonde? Procurarei trabalho em algum restaurante? Embora me ache bonitona ainda, o povo quererá me assistir se já não sou tão jovem quanto a maioria das meninas do mercado?<br />Acho que o foco no papel de mãe em tempo integral tomo o lugar da bailarina. E penso que dei um brake por muito muito tempo de dançar mais, assim como parei de escrever. Por isso saem esses textos truncados, escritos às pressas, sem releitura, entre uma solicitação e outra, com vários erros de ortografia e repetição de palavras. É uma constatação, não estou reclamando da maternidade. Foi uma opção e quero fazer o negócio direito, e acho que na maioria das vezes consigo.<br />Sabem aquela escritora ganhadora de Nobel que escreveu sobre a condição da mulher, a Doris Lessing? Ela abandonou família e dois filhos pequenos porque sabia que não ia conseguir produzir o que tinha de escrever tocando uma família direito, muito menos na época em que vivia. Muito homem faz isso e ninguém dá a menor pelota, acha normal.<br />Entendo-a perfeitamente. Foi corajosa e fez o que tinha de ser feito. <br />Não faria o mesmo porque sinto que sou mais mãe do que qualquer outra coisa. E a bailarina para onde irá? E a pessoa que escreve, então?<br />Esses questionamentos surgiram da aula de véus ao notar que perdi por segundos a consciência corporal. Achava que estava realizando um tipo de movimento com os braços ao aprender um movimento novo, mas na verdade o que fazia era outra coisa...<br />Tomei isso como positivo, um desafio. Parece que estava tirando uma longa soneca e de repente acordei.Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-8366003269275579482009-11-20T12:08:00.000-08:002009-11-21T16:36:36.442-08:00Dançar exige exclusividade, ou não?Dançar combina com trabalhar fora? Desde que não pude fazer mais meus horários por deixar de trabalhar em casa, não tive tempo de me dedicar tanto à dança, ensaiar, pesquisar coisas novas, estudar, montar coreografias. Como disse para a minha prof: "Não dá para fazer amostra na aula, estou zoada". O que para dançar quer dizer pouca energia, o que determina a fluência e pulsação dos movimentos, alongamento comprometido, músculos tensos e paradoxalmente flácidos, sem pique para estudar novidades, nem tempo para a academia, o que faz uma grande diferença, principalmente aos 40 e poucos. <br />Meu HD cerebral e tempo útil ocupado com coisas do lar e trabalho... como me dá nos nervos, não ter tempo suficiente para me dedicar às coisas da dança. Posso deixar de ir ao cinema, de ver mostras de arte, mas da dança eu não desisto, embora há tempos não veja nada que não seja DV, nem o balé da cidade fui ver. O que me valeu muito foi a primeira apresentação da minha filha no balé. A prof dela montou uma bonita e criativa coreo sobre o chorinho Odeon, de Ernesto Nazareth. As meninas dançaram com acessórios e mostraram uma desenvoltura impressionante para baby class. Isso prova que a filha é minha mesmo. Foi lindinha a danada, superconcentrada, e no improviso de agradecimentos mostrou-se graciosa, feliz, espontânea. Um senso de responsabilidade precoce ao ficar firme até as fotos, embora cansada, para desabar de sono no carro, durante a volta. Observo-a curiosa a fim de garantir que essa vontade parta dela, sem pressão da minha parte, somente o estímulo quando necessário. <br />Chego a ficar quase feliz toda vez que saio de um emprego e penso: agora trabalhando em casa poderei me dedicar mais à dança. O que em parte é verdade, é também equívoco, pois em casa se trabalha mais. Quando trabalho fora tenho a nítida impressão de que estou lá para descansar, pois o trabalho mais a administração da casa <span style="font-style:italic;">in loco</span> requer tanta energia!<br />Como disse antes, estava triste porém quase feliz por ter sido descadeirada do último trabalho, mas outra editora já me ligou, o mercado editorial está fervilhando louco por mão de obra para a qual não tenha de pagar direitos trabalhistas... Dai fiquei feliz, mas quase triste de novo.<br />Mas já decidi dançar no fim do ano zoada mesmo. Que Terpsícore seja compreensiva me ajude a superar a falta de dedicação que normalmente tenho.<br />Oh, my!, sinto que estou queixosa e cansada. É fim de ano, sei, e queria férias, mesmo sem ter sequer um emprego decente...Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-42640409274634423982009-09-26T19:30:00.000-07:002009-09-28T08:00:53.369-07:00Ainda a polêmicaEstou meio atrasada com o assunto, eu sei. Momentos de desânimo e desgosto toda vez que passava por esse blog abandonado. Com trabalho em tempo integral, freelas, casa para administrar e filhos (minha filha humana e meus cachorros) para dar atenção, não me deixavam nenhum tempo para blogar nem escrever nada nestes últimos meses. Quando deitava não tinha nem coragem de dizer “Jesus me abana”. A frase deve ser conhecida geral e talvez fazer parte de alguma novela, que eu não sei qual é, porque me confesso uma alienada para atualidades pop nacionais. Só leio notícias cabeçonas, política nacional e internacional, ciências e eventualmente notícias bizarras sobre sobre alguma celebridade que não interessam a ninguém. Sou nerd assumida, rsrs. Pois não tive nem tempo de responder a um e-mail que a Lulu Sabongi me enviou (e creio que a várias ou a todas as alunas da escola de que ela é dona e na qual faço aulas). Li a missiva via e-email e fiquei bege num primeiro momento, indignada num segundo e cautelosa num terceiro. <br />É claro que não é lá muito confortável falar sobre um assunto que diretamente não me diz respeito, mas o caso foi aberto a público pela própria protagonista, por isso creio que o que ela menos queria era abafar o caso. O que deve representar para a pessoa um lugar que ela viu nascer, trabalhou juntamente com outras pessoas para construir e da qual de repente se vê banida? <br />O que é profundamente lamentável nesse caso, mais do que tudo no meu ponto de vista, é que um lugar que representou o sonho na vida de muita gente tenha se tornado palco para um episódio talvez final e triste para uma história tão bonita. Será que eles (o ex-casal) têm noção do que a Casa de Chá representou para tanta gente? O sustento de várias famílias de pessoas que ali trabalharam, momentos de encantamento e beleza; para pessoas que, como eu, conhecem e frequentam o lugar desde os tempos da faculdade, e bota tempo nisso... A realização dos sonhos de tantas moças e mulheres que lá se tornaram bailarinas, hoje com um trabalho consistente e reconhecido. Para mim também a escola da Casa de chá foi muitas vezes refúgio para os momentos de estresse de um dia de trabalho difícil, do trânsito, das enxaquecas. Quando deitava nas almofadas fofas para relaxar antes de começar as aulas, ficava olhando para os tecidos leves que adornavam o teto e sentia que ali era o lugar que eu realmente devia estar naquele momento, transportava-me para um mundo de leveza e harmonia, completados depois pelas aulas, que melhoravam até mesmo meus enjoos da gravidez. <br />Então a gente via a Lulu se apresentando ora na casa, ora nos vídeos didáticos. Para mim ela era uma personagem das Mil e uma noites, dançando era, e é, um ser fora de padrões estabelecidos para este ou aquele conceito de dança. Em aulas, das poucas que fiz com ela, devido às suas muitas viagens internacionais, aprendia em um dia, movimentos que demorava meses para aprender de outra forma, de repente ela dava uma simples dica e como num passe de mágica, “puf”, o movimento saía. “Ah, mas se eu soubesse que era assim tão simples...” Isso era a didática dela, um dom de ensinar...<br />O momento em que passei a ver com cautela o episódio de ela ter sido, de certa forma, “demitida” da Casa que ajudou a construir, me deu impressão de ser um assunto muito pessoal, coisa de casal, lance de família que trabalha junto nos negócios e acaba misturando tudo, sentimento, business, whatever...<br />No entanto, já que assunto é publico no meio DV, que é uma arte que pratico há anos, embora não trabalhe com ela, e talvez por isso mesmo me sinta à vontade para comentar, achei importante expor minha opinião. A gente lê tanta coisa... de pessoas que nem sequer conhecem de um modo mais próximo, vejam que não disse íntimo, as pessoas envolvidas... Há pessoas que metem o pau na Casa de chá, nas bailarinas, na administração, na Lulu, no Jorge, por despeito ou por não concordarem mesmo com o método de trabalho deles. Ora, então que criem um lugar e o administrem conforme queiram; não gosta do jeito que a Lulu dança porque ela “dá muito giros”, como já li por aí? Ora, vá dançar melhor do que ela, com uma técnica que você aprove e tenha como boa e certa, como até já vi também acontecer. Só que em geral não é o que acontece. A galera adora falar mal de quem faz, mas fazer que é bom...<br />Independentemente de tudo o que já li sobre o caso, ela fez o que achou certo fazer, cada um reage aos revezes da vida a seu modo. Se ela chutou o pau da barraca, fez o que achou melhor. Se ele permaneceu na dele, fez o que achou certo fazer. Não cabe a mim julgar essas atitudes Quero mais é vê-la dançando, dando aulas, palestras, passando o conhecimento que tem. Outra coisa: também não acho que as bailarinas atuais da casa de chá sejam péssimas, careçam de técnica, porém na arte há muito de interpretação subjetiva e quase tudo depende do ponto de vista. Já vi gente que quer ser profissional de DV dizer que odeia folclore, e outras, como eu, que amam, mas não têm tempo de praticar, oh, a vida, apesar do reveses e polêmicas a vida continua...Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-46773149059215753932009-08-27T19:38:00.000-07:002009-08-27T20:51:26.000-07:00Aprendendo turquices, ou que aposentadoria que nada!<a href="http://2.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/SpdQ6YZPY8I/AAAAAAAAAJQ/CXKhE5jq8xg/s1600-h/turkish+dancer.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 211px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/SpdQ6YZPY8I/AAAAAAAAAJQ/CXKhE5jq8xg/s320/turkish+dancer.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5374853644200928194" /></a><br />Sempre fico com uma energia incomum uma semana após uma festa em que danço, e caiu como uma luva a aula desta semana em que a nossa prof, ao anunciar uma misteriosa aula de chão em que deveríamos levar protetores de joelhos, resolveu nos ensinar umas turquices, o que para mim quer dizer aqueles movimentos de chão que as bailarinas turcas utilizam muito, com redondos e ondulações quase deitada ou deitada mesmo, usando o apoio dos braços, ou apoiadas no calcanhar ou joelhos, com giros com apoio dos joelhos ou sentada, etc. Fiquei toda empolgada, porque tirei minhas antigas joelheiras de futebol da época do street dance do armário, que devem ter uns 15 anos mais ou menos. Naquela época dos malabarismos do street e do jazz eu vivia toda roxa, porque os movimentos eram mais vigorosos e violentos mesmo. A prof e coreógrafa do grupo em eu dançava dizia que eu era muito delicada e meu street era "muito jazz". Esse comentário seria motivo de desespero pra muitos que dançavam street, mas era coisa que eu adorava ouvir, pois o jazz sempre foi uma paixão minha. Hoje, para dança do ventre acho que sou delicada de menos e tenho certa dificuldade com movimentos menos expansivos, mas vou levando tudo como posso. Os corpos têm diferentes estruturas e modos de expressão e depois que compreendi e assimilei isso, minhas neuras diminuíram muito. <br />Pra finalizar a aula, uma coreografia que usa muitos passos de jazz. Fico tão feliz de lembrar dos bons tempos do jazz, que apesar de véia, meu fôlego parece o de uma adolescente. Até a prof me olhava com ar algo pasmo e espantado. Parecia que eu tinha tomado algum energizante, rsrsrs. Com diz a música do Swing out sisters "I'm the same girl, who You use to know. Yes, I am, yes I am". E eu que após ver as fotos de qualquer evento em que danço sempre penso em me aposentar da dança! Passam por essa cabecinha oca coisas do tipo: "Ah tá na hora de fazer só umas aulas de academia, um alongamentozinho, uma yoga" Rapá... que aposentadoria que nada! Nunca me senti tão mais no pique do que agora! Vou dançar até o povo falar: "Olha lá que fofa aquela vovozinha dançando!"Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-83805116846385868502009-08-08T17:13:00.000-07:002009-08-08T17:40:14.093-07:00Festa na Shangrilá!!!!!<a href="http://1.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/Sn4ajJqIpzI/AAAAAAAAAG4/WJs63ODbblw/s1600-h/OgAAALsWvbKCs2vl57ckWH3FpzXS7d4npAzAgSDCg3LjF_FTyfYIWeMi5pMIm_E919qYDH8cVqUwq7gOJfEcuYsX1q8Am1T1UDY-o5GZHABlid72P8Vr1wQcjdN1_2.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 278px; height: 320px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/Sn4ajJqIpzI/AAAAAAAAAG4/WJs63ODbblw/s320/OgAAALsWvbKCs2vl57ckWH3FpzXS7d4npAzAgSDCg3LjF_FTyfYIWeMi5pMIm_E919qYDH8cVqUwq7gOJfEcuYsX1q8Am1T1UDY-o5GZHABlid72P8Vr1wQcjdN1_2.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5367756997062600498" /></a><br /><br />Dia 15 de agosto (próximo sábado). O convite é 25,00, com direito a buffet de comidinhas árabes e bebidinhas. <br />Além destas atrações do banner (esses meninos são um luxo de bailarinos), euzinha também dançarei lá... <br />Em grupo: uma percussão de samba egípcio, do Sayed Balaha, um egípcio que adora ritmos brasileiros. Um flamenco árabe. As coreos são da Juli, minha prof.<br />Um solo. Ai... essa coreo é minha, pessoal, particular, rsrsrs<br /><br />Vamos lá, vai ser divertidoooo!!!!<br />(Dando dois cliques na imagem dá pra ver o banner maior.)Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8059762545809457654.post-88907806266548998762009-07-17T21:00:00.000-07:002009-07-17T21:09:31.690-07:00Por que amo meus professores<a href="http://4.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/SmFJLB-MmII/AAAAAAAAAGE/tQ1zfHNDhys/s1600-h/tosirwithlovemh0.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 234px; height: 320px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_5IW0NKJace0/SmFJLB-MmII/AAAAAAAAAGE/tQ1zfHNDhys/s320/tosirwithlovemh0.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5359645485404297346" /></a><br /><br />Amo meus professores, até os que me fizeram sofrer, tanto os da escola, do mundo acadêmico, mas principalmente os da dança. Uma delas, hoje até famosinha na mídia, que me deu experiência de palco e me mostrou que eu era capaz de dançar, foi a que mais me fez comer o pão que o diabo amassou, mas sou grata a ela assim mesmo, porque o melhor nem sempre é passar a mão na cabeça da pessoa pra que ela melhore, no entanto isso me serviu de modelo de pessoa da qual eu devo me afastar assim que tomo nota da semelhança de atitudes. Aff, ninguém precisa sofrer tanto pra fazer uma coisa de que gosta. Tenho medo de coreógrafos que gritam tipo bravos. Não é só em filmes como Chorus Line e outros que eles existem. Estão por toda a parte. Sempre que tem ensaio geral de escolas cada vez que escuto um gritão de professor de outros grupos estremeço toda na cadeira como se fosse comigo. Aff! Ninguém merece! Mãs... comecei este post para falar bem dos mestres e não é que estou fazendo justamente o contrário?! Vamos lá, o professor em geral é um sujeito esforçado, ganha pouco, isso todo mundo sabe. Sei porque já dei aulas, tudo bem que era de redação e literatura, mas a realidade é parecida. Gasta-se muito tempo preparando as aulas, lida-se com as dificuldades alheias, em certos casos há que se tirar água de pedra e não é possível agradar a gregos e troianos. Claro que há compensações, a gente se envolve, há bons retornos, etc., mas o(a) professor(a) de dança tem de lidar com tantas variáveis: é o ego dos outros, o dele próprio, como é o caso de professoras que amam dançar e acham que é um favor tremendo estar perdendo os minutos preciosos do tempo delas com toscas iniciantes, que todo aluno iniciante em geral é tosquinho mesmo, assim como igualmente o são as coreografias desse nível, mas isso faz parte do show, o que é que se vai fazer? Perseverar mais um ano ou dois para subir mais um degrauzinho. Já tive também uma professora assim. Mas achava ela tão bonita, tão bonita e tinha uns braços flamencos maravilhosos que eu adorava admirar. <br />Além disso, as profs têm de ser maquiadoras, consultoras de moda, figurinistas, produtoras de shows, psicólogas-babás, consultoras sentimentais, fotógrafas, e ouvir cada pergunta, mas cada pergunta, que não sei de onde sai tanta falta de bom senso. É claro que o professor está na classe para responder questões teóricas sobre as quais supostamente ele deve ter conhecimento, mas não dá para bombardear o coitadinho o tempo todo, afinal também estamos lá para dançarrrr, e depois não custa nada pesquisar um pouco, não é mesmo? <br />Adoro ser aluna de qualquer coisa. As aulas clássicas daquele tipo em que o sujeito que sabe muito discorre sobre um tema com propriedade na pós eram uma terapia. Ficar ali sentada só absorvendo conhecimento. As aulas de dança são o que preciso para estar viva, para não adoecer, e para um monte de outras coisas úteis e vivificantes. E chova ou faça sol, gripado ou são o professor tem de estar ali. Tem de gostar muito mesmo, por isso amo meu professores. Já me pediram e falaram (leigos totais em dança é claro) pra eu dar aulas de dança no espaço deles x ou y, mas como sou encanada só conseguiria pensar em algo do tipo se fizesse um curso de formação para professores e tirasse DRT. Ai, que preguiça! Não do preparo das aulas em si, que imaginar como seria é até empolgante, mas da responsabilidade enorme que isso envolve. Mais ou menos como ser mãe: As pessoas veem aquela coisa fofa e saltitante e acham uma graça, mas quem não tem filho não imagina o que é o backstage dessa produção. Como bailarina não vou me profissionalizar. Até já pensei sobre, mas acho que não nessas alturas... gosto mesmo é de ser aluna e me apresentar com responsabilidade, mas sem obrigação.Verahttp://www.blogger.com/profile/05687320327206914452noreply@blogger.com3