sexta-feira, 5 de junho de 2009

O que rola debaixo da janela? Ou Essa música diz o que mesmo?

Então estava em uma palestra da Lulu Sabongi sobre as bailarinas egípcias dos anos dourados, Taheya Carioca, Samia Gamal, Naima Akef, etc. uma delícia de tema, que a gente pode ver vinte vezes que nunca é demais. E a certa altura o assunto caiu na tradução das músicas. A opinião dela e de outras bailarinas era a de que quando se pedia para algum árabe que sabe português traduzir, elas continuavam não entendendo nada porque supostamente o português deles não era lá essas coisas. Estava ali uma brasileira de origem libanesa ou algo assim e que sabia a língua. Como faz tempo que não vou a palestras, esqueci como me comportar, e justo eu nerd, cdf, que sempre me irritava quando ouvia papinhos paralelos em aulas, etc. Quem te viu e quem te vê... daí perguntei rapidinho pra moça: O que quer dizer "Taht il shibback"? Aquele clássico cantado por vários cantores famosos, amado por várias bailarinas, que a Dina praticamente dubla quando dança. Então, o que quer dizer? Daí não só ela como várias pessoas na sala, que ouviram a minha pergunta, responderam “Debaixo da janela!”, como se querendo dizer: Por onde você esteve esse tempo todo, como assim não sabe?” Fiquei querendo responder pra essa pergunta (imaginária) que fiquei esse tempo todo me virando pra aprender a como ser uma mãe decente para uma criança novinha, mas isso não vinha absolutamente ao caso. Daí perguntei, mas o que acontece debaixo da janela? Mas aí a conversa paralela da Lulu também acabou e ela deu sequência ao assunto principal, então não pude saber o que rolava embaixo da janela.
No blog Yallah! descobri que o site El Ojo de Orus tem essa música traduzida para o espanhol, o que já é alguma coisa. Há algumas músicas postadas no Youtube, da Nancy Ajran ou de outros pops famosos com letras em inglês ou português, e na net também dá para achar versões em português das mais famosas como Habibi ia Aini, porém me pergunto se são confiáveis essas traduções. No Dança do ventre Brasil, há muuuitas traduções de várias letras.
Quando comecei a fazer aulas sinceramente não me preocupava muito com isso. Com o passar do tempo o compromisso aumenta e daí a necessidade de saber o que se está dançando. Às vezes as professoras dão alguma frase ou linhas gerais de uma música, também em geral passadas rapidamente por algum amigo árabe ou descendente.
Porque sinceramente, por mais bellynerd* que eu seja, dificilmente vou me dispor a aprender a língua, não vai rolar, pelo menos não nesta vida. Creio que não haja muita solução, a não ser arrumar um conhecido árabe ou descendente que não tenha um português lá essas coisas, pedir para ele “traduzir a música”, e tentar fazer uma versão com o resultado. Queria saber se as outras pessoas também se ligam nisso, ou se só vão dançando conforme a interpretação do que a melodia da música passa.
*Termo que vi e adorei e avisei qeu ia adotar, no blog da Samara Da dança além do corpo.

7 comentários:

  1. Sempre me liguei nas traduções, autores, artistas, quem dançou, para quem foi feita a música. Dança não existe sem música, e música é uma das coisas que mais amo, e sempre procuro saber mais a respeito. E que coincidência, eu estava pensando ontem em procurar tradução de "Taht il shibback", pois eu também não conhecia. Quando penso em dançar uma música, sempre procuro saber mais sobre ela. Quanto à tradução, sempre conto com amigos virtuais e uma de minhas professoras que morou por mais de 5 anos em países do oriente e fala e escreve árabe com perfeição.
    Obrigada por passar no meu blog e comentar!
    Bom final de semana!

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  2. Nossa, agora fiquei curiosa: o q tinha debaixo da janela? Vou postar a tradução desta música tb!
    Ah, obrigada pelos "muiiiiitas", nem são tantas traduções assim, um dia eu chego lá!

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  3. Pois é, eu sempre quero saber o que diz a música, mas nem sempre é possível. Aí a gente inventa e pode pagar mico. E ainda tem essas coisas de fazerem ouvido de mercador... aff!

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  4. E por mais que se estude é muito difícil compreender as músicas. Há sotaques, gírias, expressões fechadas, que dizem respeito a outras culturas. Temos sim que nos submeter a outras pessoas para traduzir e acabamos perdendo as nuances. Infelizmente é esse nosso caminho. Tornar-se fluente em árabe é um sonho longínquo.

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  5. oie!
    Puxa como eu não conhecia teu canto? adorei!

    Bom, eu sou das que se dançam e ficam imaginando o que diabos ela está dizendo. Lembro que ha muuuuito tempo li em um blog algo sobre isso.. Que a bailarina estava dançando no oba oba muito contente, naqueles trajes muy grandes xD uma música que na verdade era quase... uma prece o_O E ai? como fica?
    Bom, como a gente lida com um público tão leigo quanto a maioria de nós para letras, não é algo pelo qual seremos crucificadas, penso eu. Mas acho que pra conhecimento pessoal, dançar sabendo exatamente o que a música está pedindo à você que dance... dá um sentido novo...

    Bjão!!
    vou linka-la ok?

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  6. Oi, Ket! Bem-vinda. Já estou seguindo seu blog, mas preciso voltar lá para ler tudo com calma. Meninas, queria tanto escrever um post novo. Estou cheia de ideias, mas também de muito trabalho! Aff, não dá tempo e quando sobra algum roubo esse tiquinho para estudar as coreos. Ha, ha, daqui a pouco o post sai no meu comentário! Beijos pra todas!

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  7. Outra coisa, Ket: A maioria do público é leiga, mas... há sempre a possibilidade de haver algum "arabedescendente", p. ex., outro dia dançamos numa festa que tinha um cantor libanês, derbakistas oriundos e um monte de gente árabe e conhecedores da cultura. Ai que meda me daria de cometer alguma gafe artisticocultural. Nunca se sabe, por isso é bom se prevenir e se música for cantada tentarmos saber o que ela diz pelo menos em linhas gerais. Bjos

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